Reaprendizagem Criativa e Inteligência Socioemocional estão inseridas na grande área: Competência socioemocional aplicada à docência em saúde.
... aprender está em nós desde tenra idade ...
O ato de aprender está inserido em nossa rotina desde tenra idade. Desde muito pequenos absorvemos tudo que está ao nosso redor e vamos sendo moldados por estas informações.
… padrões que levaremos para a vida …
Crenças e valores nos são introduzidos pela família, pela sociedade e pela cultura na qual estamos inseridos, gerando padrões que levaremos para a vida, moldando como iremos aprender, o que basicamente fazemos por intermédio da comunicação.
… comunicação não verbal e verbal ...
Por isso comunicação e aprendizagem estão interligadas. Pois aprendemos por meio da comunicação não verbal e verbal como devemos agir e nos comportar em sociedade e levamos esse método para nossa prática, não só de aprendizado, mas também de ensino.
… ensinar de forma criativa ...
Desse modo, ter habilidades eficientes de comunicação, aprendendo e reaprendendo a ensinar de forma criativa, se faz de suma importância em qualquer área de atuação. Especialmente nas áreas em que as interações humanas ocorrem de maneira mais efetiva e para aqueles que desejam ensinar em saúde, são ainda mais relevantes e necessárias.
… caminhos de compreensão diferentes ...
Por que isso ocorre?
Pessoas em sofrimento têm caminhos de compreensão diferentes e demandam que tenhamos estratégias distintas para acessá-los. Docentes em saúde devem desenvolver tais estratégias, para que formas inteligentes de acessar e cuidar de pessoas em sofrimento sejam criadas nos profissionais que irão formar.
… quebrar tabus ...
Reaprender de forma criativa requer quebrar tabus e formas já enraizadas de aprendizado e ensino e identificar novos padrões, a partir das mudanças sociais e culturais que vão se estabelecendo com o passar do tempo. Podemos fazer isso por intermédio da inteligência socioemocional e da comunicação não violenta (CNV).
… tom de nossas relações interpessoais ...
Vejamos...
Quando pensamos em comunicação costumamos nos atentar apenas para o que falamos, associamos comunicação apenas ao que chamamos de comunicação verbal, mas ela é muito mais do que isso. A primeira comunicação e talvez a mais importante é a que realizamos conosco, a interna. Ela dará o tom de nossas relações interpessoais e por isso precisamos estar atentos a esse diálogo.
… emoções que dão o tom ...
Ter maior observação das emoções, sentimentos e pensamentos que povoam nossa mente constantemente pode ser uma boa via para trafegar no que Goleman (2019) chamou de “atalho”, pois são as emoções que o comandam. São as emoções que dão o tom ao que “dizemos” na interação preliminar com qualquer pessoa e elas chegam antes que possamos proferir um simples “bom dia”.
… não sabemos por que alguém não nos agradou ...
O atalho seria uma forma de “interação imediata” que temos com as pessoas no nível não consciente e que faz com que apresentemos juízos de valor às situações e pessoas, por exemplo, como nas ocasiões em que não sabemos por que alguém não nos agradou.
… tudo em nós fala, e fala muito.
Comunicamos principalmente sem falar: um olhar, um gesto, uma vestimenta, um balbucio, um meneio com o pescoço ou um franzir de testa em determinado contexto pode e “fala”, para o bem ou para o mal, e esse é um dos grandes segredos da comunicação, saber que tudo em nós fala, e fala muito.
… atenção às nuances ...
Quando nos damos conta dessa máxima, conseguimos ter a noção do quão importante nossas ações e gestos são em nossas interações cotidianas e dar a devida atenção às nuances que se apresentam antes mesmo de proferirmos uma palavra qualquer.
… “controlamos” a comunicação ...
A outra estrada, a “principal”, é descrita por Goleman (2019) como a estrada utilizada para a comunicação consciente, que se apresenta em grande parte por intermédio da comunicação verbal, ou seja, quando pensamos para falar e “controlamos” a comunicação a partir das circunstâncias e situações.
… formas mais saudáveis e eficientes de interação ...
Identificar esses dois caminhos que utilizamos, para além da comunicação da vestimenta e das nuances paralinguísticas na fala (entonação, volume, velocidade, etc.), pode nos ajudar a desenvolver formas mais saudáveis e eficientes de interação com nosso entorno, por ser a comunicação a base e o termômetro de boa parte das nossas relações.
… estratégia de apoio ...
Desse modo, ter a Inteligência Emocional (Goleman, 2012) melhor desenvolvida pode ser uma estratégia de apoio importante, pois quanto mais robusta melhor nos instrumentaliza para transitarmos mais seguros no atalho, como com galochas para os dias de chuva.
… atentos ao que sentimos ...
A Inteligência Emocional se apresenta em pilares, sendo o autoconhecimento, a autogestão, a empatia e o gerenciamento das relações suas bases de sustentação, ou seja, de forma resumida, quando estamos atentos ao que sentimos, porque sentimos e como sentimos podemos gerenciar melhor o que sentimos.
… diferencial para ensinar profissionais de saúde.
A partir desse gerenciamento podemos escolher melhores formas de interação e estabelecer conexões mais saudáveis e empáticas com aqueles que desejamos trocar experiências e conhecimentos. Ensinar demanda conexão, empatia e sintonia, o que Goleman (2019) identifica como consciência e aptidão social e esse pode ser um enorme diferencial para aqueles que desejam ensinar profissionais de saúde.
… palavras podem ser paredes ou janelas ...
Rosenberg (2006) ainda sinaliza que palavras podem ser paredes ou janelas e nos convida a refletir sobre nosso posicionamento e melhoria das relações por intermédio da abertura de janelas nas interações.
… o que de fato sentimos ...
Compaixão e sensibilidade são as chaves da docência qualificada em saúde, por intermédio da comunicação compassiva. Dispondo dessas ferramentas poderemos contar com o arsenal necessário para o ensino do futuro, pois ensinamos aquilo que somos, o que de fato sentimos, muito mais do que o que apenas comunicamos.
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Daniela Cristina Rodrigues Bernardes
Profª Especialista Daniela Cristina Rodrigues Bernardes é professora no Instituto de Terapia Integrada e Oriental (ITIO) na Pós-graduação em Práticas Pedagógicas em Saúde.Quem é a Profª Daniela Cristina Rodrigues Bernardes?
Formação
➣ Especialista em Psicologia Hospitalar em Hospital Geral pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
➣ Especialista em Neuropsicologia Clínica pelo Instituto de Psicologia Lev Vygotsky e Practitioner em Programação Neurolinguística pela Sociedade Brasileira de Programação Neurolinguística.
➣ Graduada em Psicologia pela Universidade Nove de Julho.
Atividades atuais
➣ Psicóloga Clínica, Domiciliar, Neuropsicóloga e Hospitalar (Saúde).
➣ Consultora em Prevenção e Promoção de Saúde Mental.
➣ Professora na Pós-graduação em Práticas Pedagógicas em Saúde, disciplina Competência Socioemocional Aplicada à Docência em Saúde.
➣ Aulas na Pós-graduação em Comunicação de Más Notícias no Instituto Paliar.
➣ Ministra cursos de CNV (Comunicação Não Violenta) em organizações de seguimentos diversos.
➣ Psicóloga e Psicoterapeuta com atuação em desenvolvimento humano, na prevenção e promoção da saúde emocional de adultos e idosos.
➣ Atua também no tratamento de transtornos emocionais, luto e cuidados paliativos.
➣ Consultora e Facilitadora em cursos e treinamentos de comunicação de más notícias em saúde e comunicação não violenta.
Experiência
➣ Possui experiência clínica com adultos, idosos e famílias, Cuidados Paliativos, luto e morte e Gerontologia.
Referências bibliográficas
➣ Goleman, D. Inteligência emocional: A teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.
➣ Goleman, D. Inteligência social: A ciência revolucionária das relações humanas. Rio de Janeiro: Objetiva, 2019.
➣ Rogers, C. R. Tornar-se pessoa. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2019.
➣ Rosenberg, M. B. Comunicação não violenta: técnicas para aperfeiçoar relacionamentos pessoais e profissionais. São Paulo: Agora, 2006.