Fervidas, maceradas ou apenas mastigadas, as plantas têm papel de destaque em todos os povos desde a Antiguidade. A importância de chás, fitoterápicos e princípios ativos na saúde se espalha pelo mundo e inspira a ciência na criação de medicamentos.
A cura pelas ervas – tradição entre os povos – é tão antiga quanto o homem. Como resultado, há diversas fitoterapias: chinesa, indiana, brasileira, entre outras. A migração de populações pelos continentes disseminou técnicas e plantas. E a modernização permitiu a globalização desses conhecimentos, assim, hoje podemos escolher com o que nos tratarmos, com fitoterápicos de todos os lugares do Mundo. Os Florais também representam uma forma de Fitoterapia.
Os chás foram da cozinha para o laboratório
O homem, sempre na busca pela cura e pela manutenção da saúde, trouxe o conhecimento dos chás e da fitoterapia para a ciência, que se empenhou em estudar as plantas, descobrir seu modo de ação, buscar seus princípios ativos e criar medicamentos a partir de suas moléculas. Assim, o remédio foi ganhando prestígio à medida que promovia saúde, os laboratórios farmacêuticos cresciam, ganhavam poder e dinheiro. A droga – produzida em laboratório – estava no topo da popularidade como esperança de cura e de boa saúde para a humanidade.
Recomendação da OMS
Porém, seus efeitos colaterais e o seu alto custo não viabilizavam os medicamentos para a maioria das pessoas... e assim, o fitoterápico sobreviveu. Como resultado, no final da década de 1970, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou aos estados membros que agregassem as medicinas tradicionais às suas políticas públicas de atenção à saúde, entre elas a fitoterapia. Em 1987, na Assembleia Mundial da Saúde, foi enfatizado que os estados membros deveriam iniciar programas que assegurassem a qualidade das drogas derivadas da extração de plantas para garantir o produto final, ou seja, a tintura, chás, xarope – entre outras formas do medicamento têm que ter a confiabilidade garantida pelos órgãos do estado.
Contudo, os efeitos colaterais de remédios produzidos a partir do princípio ativo de uma planta estão presentes, são frequentes e muitas vezes irreversíveis. O que usar? Medicamentos, chás ou fitoterápicos? Porque os efeitos colaterais? Buscando responder estas indagações, Dr. Galib R. explanou no 5º Simpósio Internacional de Prática Tradicionais e Contemplativas na Unifesp sobre pesquisas na Gujarat Ayurveda University - Índia. Pesquisas comparam tratamentos com fitoterápicos e com o medicamento a partir do princípio ativo desse fitoterápico. Resultado: o uso do fitoterápico não apresenta os efeitos colaterais, pois a planta possui um conjunto imenso de outras moléculas; as quais não são princípios ativos - porém, são ativas para equilibrar o indivíduo, evitando os indesejados efeitos paralelos.
É importante considerar, que o tratamento com plantas - historicamente - iniciou com os preparados caseiros, entre eles chás e macerações; evoluiu para fórmulas que misturam plantas diversas em laboratórios, como os fitoterápicos chineses; também podem ser preparados a partir do conhecimento do líder de uma comunidade, como um pajé.
A palavra fitoterapia assume significados tão variados, quanto as culturas que povoam este planeta.
Saiba mais
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Takiguchi, R. O que é fitoterapia? Acesso disponível no site do Itio.
Ferreira, T. S. I et al. Fitoterapia: introdução à sua história, uso e aplicação. Disponível no site da Revista Brasileira de Plantas Medicinais