Saúde e mudança de tempo na MTC
Escrito por Maria Rita Hurpia da Rocha
A relação entre saúde e mudança de tempo na MTC discorre sobre os seis fatores climáticos que influem na saúde: vento, frio, calor de verão, umidade, secura e fogo. No decorrer de sua evolução, o ser humano se adaptou para conviver com saúde em cada estação do ano, mas cada um carrega uma carga diferente de Qi Defensivo ao nascer, que depende da saúde da mãe e da carga genética fornecida pelo pai no momento da concepção. São essa herança genética somada com os cuidados com a saúde em vida que determinam o quanto uma pessoa é sensível às mudanças climáticas.
Para entender melhor os fatores climáticos, atentemos para as definições da Geografia: clima é a configuração da atmosfera num período longo; há então as estações do ano, cada uma com suas características. Enquanto tempo é uma situação momentânea, como tempo chuvoso, tempo frio, etc.
Conheça os 6 fatores climáticos segundo a MTC
Os seis fatores climáticos segundo a MTC são definidos conforme a climatologia chinesa, porém seus efeitos são sentidos pelo homem em todos os lugares.
Como vento é entendido o próprio vento, mas também rápidas mudanças do tempo, as quais o corpo nem sempre se adapta rapidamente.
O frio é característico do inverno, quando o homem deve se agasalhar e ingerir comidas quentes para aquecer o corpo.
Calor de verão é característico do verão, quando as temperaturas se elevam e os poros do corpo se abrem para dissipar calor, assim, se não houver ingestão abundante de água o corpo se desidrata, resultando em desequilíbrio.
O tempo úmido ocorre em períodos chuvosos e é característico de algumas regiões próximas a rios e lagos. Porém, pessoas que residem em uma casa úmida, as quais são mais suscetíveis a fungos, também podem ter sua energia debilitada, pois a gasta combatendo os agentes invasores.
Secura é característica de regiões áridas frias ou quentes, as quais exigem adaptação especial, como a hidratação frequente, quente ou fria, conforme a temperatura.
Fogo para a MTC é o calor provocado pela febre, quando há invasão de fatores patogênicos interiores, como bactérias, não sendo assim associado ao clima.
O indivíduo normalmente é adaptado para suportar as mudanças climáticas com as quais está acostumado. Entretanto, o homem tem interferido na natureza provocando alterações bruscas no tempo: seja desmatando as florestas ou criando climas artificiais.
O desmatamento altera o ciclo das águas, tornando áridas regiões anteriormente úmidas, interferindo em uma comunidade já adaptada. Também, “ilhas” de climas artificiais, como no interior de uma loja com temperatura controlada por ar condicionado podem provocar no homem um choque térmico, quando este sai de um recinto frio para uma rua quente, ou o contrário. Quando uma pessoa está no calor seus poros estão abertos, e ao adentrar abruptamente em um lugar frio, não há tempo suficiente para o o fechamento desses poros, provocando entrada de frio no corpo quente podendo provocar resfriados, dependendo do tempo de resposta de cada corpo ao frio.
Assim, para deixar o corpo equilibrado, tal que tenha um bom tempo de resposta às mudanças do tempo, convém manter uma alimentação saudável e condizente com a região na qual habita. Por exemplo, no sul do Brasil, no Uruguai e na Argentina é comum o uso de chimarrão, pois as pessoas se hidratam com líquido quente, para manter o corpo aquecido. Se fosse ingerido água fria, o corpo precisaria de mais energia para aquecer essa água. A atividade física e o lazer também contribuem para o equilíbrio do corpo, deixando o indivíduo, menos sensível às mudanças do tempo. A acupuntura e a massagem também fortalecem a saúde.
Para saber mais sobre os cuidados da saúde, leia o artigo Cuidados com a saúde nas mudanças do tempo.
Saiba mais
Jornal da USP. Pesquisa revela impactos das mudanças climáticas na saúde humana. A rádio USP discorreu sobre o tema, que poderá ser acessado neste link.
Estudo da mudança climática sobre a saúde realizado por Lancet Countdown. Disponível em The Lancet Countdown on health and climate change: from 25 years of inaction to a global transformation for public health.